2008/05/29

Amo-te...

Amo-te por tudo o que me fazes sentir, amo-te por me ajudares a fazer arroz doce, mesmo que no fim me digas que parece um doce para diabéticos , amo-te por me mimares por de mais e amo-te quando dizes que eu digo que não gosto que me troquem as voltas. Amo-te mesmo quando és um chato e me tratas como uma criança, amo-te quando deixas a roupa espalhada no puf e dizes que sou maluquinha por estar sempre a dobrar, amo-te quando me dizes que te acordei de noite para te dizer que estava toda babada e que não podia ser, porque estas coisas não acontecem a uma pessoa séria como eu, amo-te quando me dizes que tenho os óculos na ponta do nariz e que não posso fazer manobras com jeito porque não tenho pescoço. Amo-te ainda mais quando me destapas de noite e quando me dás abrigo e me deixas adormecer no teu peito a ver prison break (eu queria mesmo ver, mas tinha soninho), amo-te quando paras os filmes a meio para ver se já estou a chorar, amo-te quando jogas playstation comigo mesmo que eu não ganhe corrida nenhuma no grand turismo, amo-te por achares graça a perguntas como: "oh mor como é que dormiamos se tivessemos um buraco nos olhos?" e amo-te por me fazeres tão feliz nesta imensa cumplicidade que nos une.

A maratona da paranoia...

Antes de sair de casa tenho de ver os bicos do fogão, cheira-me sempre a gás mesmo que nem lhes tenha tocado, não posso deixar um cigarro no cinzeiro pois mesmo que apagado pode acender-se magicamente, apenas que tranco a porta e desencadear um incendio fenomenal (não ha dia que não pense, que os bombeiros vão estar à porta a tentar salvar todos os velhinhos e piriquitos do prédio por minha causa). No Inverno também não ha dia que passe sem pensar se desliguei realmente o termoventilador, o que poderia igualmente provocar um mar de chamas (ou não!). Durmo sempre com duas almofadas, o que me deve fazer imenso mal, não vou à manicure mas adoro pintar unhas e mesmo que seja às tres da manha, se por algum acaso estragar alguma e mesmo que não va sair de casa no dia seguinte, tenho de desfazer tudo e pintar outra vez. Se gostar muito de um top, tenho de comprar dois ou mesmo tres, iguais, mas de cores diferentes, não va o mundo acabar, a colcha da cama tem de ter as pontas simetricas, bem como o cabelo, de vez em quando vou cortando uns caracois em casa, pois não se encontram na simetria perfeita. As pulseiras tenho de usar sempre 3 de cada vez e se perco um brinco apetece me logo deitar tudo fora. E agora digam-me como é que se consegue viver satisfazendo diariamente todos estes caprichos mentais, não pode ser fácil...

Não vivo um dia de cada vez!!!


Neste momento sou tão feliz que ando sempre a arranjar maneira de fazer um filme na minha cabeça da forma como as coisas poderiam correr mal. Tenho a pessoa que amo...mas e se ele me deixar? Ou se lhe acontecer alguma coisa, e se mesmo que fiquemos juntos, ele morrer primeiro que eu, o que faço velhinha sem a minha melhor companhia? E os meus pais...já estão velhotes como vou suportar que um deles desapareça, e se não tiverem tempo para ver os meus filhos crescerem? E se no fim de acabar o Mestrado não tiver trabalho. Ou se tiver, receber uma miséria e não puder ter a minha casinha (e eu não preciso de uma grande). E quando tiver filhos, se eles forem feios, será que vou gostar deles na mesma? Dizem que sim, mas eu ainda não compreendo o amor de mãe, só o de tia, e como os sobrinhos são lindos (ou será dos meus olhos?), tinha de gostar deles.

Mas porque é que não consigo viver um dia de cada vez, porque é que aprecio demasiado a sensação de segurança e planeamento do meu dia-a-dia? E mesmo depois de ler o segredo, ainda não tenho a completa certeza que vou ser feliz e ter tudo o que quero e ainda mais, a casa, o cão (que de ser tão feio é tão lindo), os filhos (não, não vou falar de carros, por enquanto, tenho panico de conduzir e não sei quando vou ultrapassar esse medo) e ser uma Psicóloga fantástica numa empresa gigante. Não sei se algum dia vou descansar nesse sentido...penso que não.

Mais uma noite...

Acabei de ler um blog e pensei, porque não? Eu também quero aderir a estas modernices, mesmo que ninguem venha ver, sempre quis escrever um livro, como não tenho paciência, quem sabe, se não reuno uns quantos pensamentos e mais tarde, eles apareçam numa livraria com uma capa em relevo como os da Isabel Allende.
Quero escrever sobre as minhas paranóias, sobre momentos felizes e das pessoas que deles fazem parte, sobre mim e sobre os outros porque o mundo não pára de girar e eu tenho tanta coisa para dizer...
Hoje é mais uma noite igual às outras em que estou sózinha em Lisboa, na janela só vejo as gotas de chuva, incrivel, estamos quase em Junho e ainda não posso usar as sandálias novas. Quando é que vem o Verão? Já não aguento as roupinhas de meia estação, que não são carne nem peixe. Estou farta de botas e de casacos, que visto para não ter frio e que afinal me enchem de calor quando corro para apanhar o metro com as restantes formiguinhas trabalhadoras.